E DR. PEDRO SEVERINO DE SOUSA(AESA)
Os entrevistados foram interrogados por radialista Daniel Maia.
Boa tarde, pessoal de Coremas, é um prazer estar aqui com vocês, é a segunda vez que eu venho aqui em Coremas, e o que me traz aqui é o interesse de desenvolver um projeto em parceria com o programa de doutorado ao qual eu faço parte e coordeno sobre a questão da inovação do processo produtivo no açude de Coremas que é a temática que eu estou tratando, principalmente – para a pesca.
Isso é o que me traz aqui, para ter uma visão de como anda a pesca no açude de Coremas. JUAN
Sobre a implantação de projetos na área da piscicultura em comunidades do açude Estevam Marinho?O nosso alvo de pesquisa no programa de doutorado em parceria com a universidade da Espanha e a UFPB do qual eu faço parte e sou representante da coordenação desse projeto. O nosso interesse é fazer um levantamento sócio-produtivo para termos uma avaliação dos indicadores de produção de pesca. Haja vista, que nos últimos cinco anos a comunidade Coremense tem apresentado uma queda nos seus padrões de produtividade do pescado, principalmente pela diversidade de peixes e alterações climáticas que tem passado.
Verifica-se que através das chuvas e das enchentes que aconteceram recentemente, o açude encontra-se num estágio otimizado e por outro lado, num estágio critico. Esse estágio crítico refere-se principalmente ao processo extrativista do pescado ou da diversidade de peixes que vem acontecendo nos últimos anos. Coremas, pelas informações que se tem obtido pela universidade, ela se caracterizou nos últimos cinco anos como uma fonte de referência na questão da produtividade desse produto, e hoje vemos que ela tem caído na sua capacidade de produção de pescado. Então, esse é um problema que reflete em função de diversas variáveis que achamos convenientes retomá-las para podermos dar um suporte tecnológico e organizacional, a essas comunidades para poder trazer um desenvolvimento sustentável à comunidade de Coremas e proporcionar-lhe um estágio produtivo ideal.
Esse trabalho já está sendo feito, ou o senhor veio fazer um levantamento, um estudo, pra implantá-lo aqui?
Como todo trabalho é necessário primeiramente fazer um diagnóstico, um levantamento como qualquer outro projeto. A minha permanência aqui em Coremas é justamente para fazer esse levantamento através de visitas às comunidades e verificar em locus qual é a verdadeira situação em que elas se encontram. Desde ontem que eu estou aqui em Coremas e certamente estarei esse final de semana, em novembro estaremos de volta com mais tempo para fazer uma avaliação mais criteriosa, para saber como anda a questão do pescado e a questão da organização social produtiva desde produto.
Já visitou outras comunidades em Coremas?
Sim. Ontem e hoje visitamos algumas comunidades, ontem demos uma volta pelo açude e também falamos com algumas pessoas de outras comunidades. Em suma, eles nos manifestam que estão passando por um período critico, principalmente o alto índice de extrativismo do pescado e que seu sindicato não está mais como outrora. É previsível que as condições de pesca possa entrar em colapso, não tendo o produto em quantidade desejada, e isto provocaria uma crise séria no produto peixe ou pescado aqui no açude de Coremas.
Pelo que o senhor viu e presenciou, há de ter muito trabalho aqui na cidade de Coremas?
Inicialmente como todo processo de levantamento e informações, sim. Eu acho o que essa nova performance que não só Coremas está vivendo, mas o planeta todo da função de recursos naturais e águas. È necessário que a comunidade repense agora num critério muito mais amadurecido no que significa esse recurso natural, como mantê-lo. Há três meses atrás eu fui convidado para participar na Espanha da Conferência Internacional sobre as águas e recursos naturais. Os indicadores informam que provavelmente daqui a vinte anos os recursos naturais, mananciais, a exemplo de Coremas, se não forem hoje tratados com políticas de monitoramento os seus recursos poderão entrar em colapso. Alguns fatores propiciam toda essa condição: o extrativismo, a falta de informação, a desestrutura e a falta de políticas ambientais que deveriam ser exercidas, mas no entanto, não se cumprem. Então, digamos, Coremas não é um problema isolado, Coremas devido o volume de água é um problema normal, e isto tem que passar pela consciência de todas as comunidades, de todos os povos, que o açude de Coremas não só atende os coremenses, mas também tem toda uma rede de ligação com todo Estado da Paraíba, por isso coloca Coremas em um estágio mais crítico.Numa média de tempo, começando o trabalho hoje, enquanto tempo nós teremos a possibilidade de voltar a ter a pesca como um fator econômico forte?
Indicadores mostram que há dez ou quinze anos atrás Coremas teve indicadores de pesca significativo, em torno de 20 a 40 mil toneladas de peixe, e hoje está imprevisível, isto é um indicativo seriíssimo. Quanto tempo demoraria esse projeto para estabelecer esta condição, eu acho que vai depender primeiramente da reestruturação social produtiva das comunidades e das políticas de gestão que poderão ser retomadas dentro do fator do pescado.
Só que há um fator também muito importante em tudo isso, que é a questão da inovação tecnológica, e também dos novos procedimentos de produtividade e manutenção das espécies, temos que trazer as comunidades para que reflita que as espécies, não são elementos dissociados do ser humano, que nós e os peixes somos uma coisa só e que precisamos estar em conjunto, e isto requer uma conscientização mais amadurecida para que possamos ter equilíbrio e pelo que eu tenho observado agora, estamos em um período ideal, o açude está com muita água, a água está em condições boas, não vi indicadores de toxidez ou poluição elevada, mas em contrapartida está com um baixo indicador de espécies, e se não prestarmos atenção algumas delas poderão entrar em extinção.
Qual o Papel exato da comunidade nesse processo.
Como todo elemento vital social produtivo as comunidades precisam retomar, na minha opinião, este papel através de informações, principalmente. Informações que serão socializadas, tanto do ponto de vista social, político, econômico, tecnológico. E que essas comunidades não fiquem isoladas, ela têm que partir para uma interação comunitária, participativa, compartilhada.
Então é meu trabalho fazer um diagnóstico desse fator, como uma ponte de alavancagem que somente comunidades que podem se socializar ou compartilhar esta estratégia de trabalho, podem resgatar os indicadores que outrora o açude tinha. Sabemos que colocarmos as comunidades isoladas sem ter um processo produtivo, elas tenderão a declinar paulatinamente.
Primeiramente porque se sentirão só, segundo porque não tem a informação, terceiro porque perderão o credibilidade, então o meu trabalho é justamente buscar as comunidades que tem interesse nesse assunto, e também introduzir os fatores de inovação. Quando eu falo de inovação não precisa trazer máquinas e equipamentos, a inovação se dá através da do processo de educação, tecnologias básicas, elementares, para poder passar por um estágio mais avançado.
Então na medida em que as comunidades possam ter acesso à informações, estrategicamente diagnosticadas que precisem de uma intervenção, certamente se elas atingem um patamar imediatamente passaram para o segundo e depois para o terceiro, e assim as comunidades poderão dizer que tem um nível de amadurecimento para poder trabalhar sustentavelmente com as espécies que se encontram no açude. Acho que minha tarefa é justamente conduzir essas comunidades, só que não é fácil, porque temos referências que essas comunidades já passaram por diversos problemas de gestão e também descrédito por parte dos seus gestores, programas que nunca funcionaram, recursos que tomaram outros destinos. E a comunidade ficou a Deus dará. A credibilidade no momento não é fácil, só com ações que a própria comunidade poderá partir passo a passo para retomar o fator produtivo.
O fator financeiro, essa inovação custa muito dinheiro?
Como toda inovação é necessário colocar os seus recursos financeiros, ele teria mais credibilidade na medida em que a educação ou a conscientização se consolide, e passa a demonstrar que é passivo, e que as comunidades estão amadurecidas para um nono passo. Então os programas de treinamento, programas de gestão, e avaliações continuadas, certamente serão feitos. E logo após, se pensará sobre as expectativas, ou que medidas os recursos poderão ser introduzidos paulatinamente. Esses recursos vão desde a construção das barcas, que agente observou, por exemplo, o tipo de barca que são usadas, os períodos que eles saem, o tempo que gastam, o tipo de motor, gastos com gasolinas, óleo diesel, e outros tipos de produtos e serviços que eles mesmos fazem. Isso tem que tomar uma medida de ação que racionalize o perfil da atividade pesca.
Além disso, se cria também uma cultura que sabe trabalhar bem, determinado assunto. Se é para transporte de bode, gado, é uma cultura que trabalhe só para isso. Se é do tipo que vai trabalhar só com um tipo de pescado. Ou nós partimos para ter uma visão racional equiparada do que é, e quando é, acho que seria ideal. No entanto, hoje, todo mundo faz tudo, todo mundo se complica com tudo, e isso faz com que nossas ações não entre em uma linha de ação programada, para que haja um desenvolvimento. Nós deveremos notar que uma coisa é desenvolvimento e outro é crescimento. Nós observamos que Coremas tem tido um crescimento de barcos e comunidades, mas um baixo crescimento com o produto, e tendências cada vez menores. Este é um dos fatores que achamos ser passivo de ser entendido, pela forma de organização e pela forma da inovação e também pela carência de recursos para poderem agir, saudavelmente, equiparado e ativamente o cultivo da atividade que está realizando.
Participação do Especialista Em Recursos Hídricos
Pedro Severino de Sousa.
Boa tarde. É uma grande satisfação falar nessa rádio FM 87.9. Estou francamente alegre, por essa oportunidade de vir esplanar o nosso projeto, conjuntamente com o amigo Professor Juan, sobre a piscicultura, que faz parte da sua tese de doutorado na Espanha e trazemos esse projeto elaborado aqui em Coremas, juntamente com as comunidades envolvidas na pesca a gente aqui executá-lo para retomar a nossa produção perdida, que até a década de 80 a produção de pescado em Coremas era maior que a do litoral da Paraíba, e por conta da pesca predatória estamos quase zerando a produção de pescado, e vai gerar desemprego nas comunidades e sem dúvida, um caos social.
Quero complementar dizendo o seguinte, esse projeto de piscicultura para Coremas é um projeto virtuoso, que vai além do projeto da produção de peixe, vai surgir outros projetos, como irrigação, turismo, porque Coremas tem uma potencial enorme em todas as áreas. Eu sempre digo, Coremas é uma cidade maravilhosa no sertão da Paraíba, mais as autoridades coremenses nunca viram isso. Eu sempre sonhei em Coremas, um dia ser uma redenção aqui no nordeste paraibano, porque tem potencial, temos água e energia, porque a gente sertaneja espera que chova, para plantar e a maioria das vezes a gente tem água e energia para plantar, e não se planta, não tem um projeto de irrigação falta realmente suporte do Estado, para justamente fazer uma educação de assistência técnica, e continuar apoiando, para a gente sair e deixar uns trocinhos, porque isso causa o êxodo rural dos jovens para São Paulo, sem nenhuma profissionalização, vai pra lá, só se marginalizar e cria um caos social em São Paulo e Rio de Janeiro, então queremos fixar o homem do campo no campo lidando com o seu trabalho.
Dentro do projeto do Dr. Juan Cortez, qual é a sua função nele?
Eu já conhecia o professor Juan, na conferencia da Terra há uns três meses, no auditório da reitoria da UFPB, ele foi conferencista e conheci-o na conferência, e distribui um cartão meu, pois eu sou escritor, tenho um blog, então você pode pesquisar no google “blog www.pedroseverinoonline.blogspot.com.
Você pode pesquisar no link que é direcionado a pesquisar Terra, planeta água. Uma satisfação imensa é saber que Você, Daniel é filho de Marcelino Calassa, casado com Dona Jurandí Maciel, e seu pai foi um grande amigo meu, a gente foi colega de Ginásio, estudamos de 1971 a 1974, seu pai era maravilhoso, uma pessoa que tem uma visão de justiça social, um cara realmente admirável, pelo seu jeito você tem seguido o exemplo do seu pai.
Esclarecimentos de Professor Juan
Queria agradecer a você Daniel e a Marcos pela gentileza, de me trazer para cá e fazer algumas observações muito importante. A primeira é que o açude devido agora esses últimos meses, está nas condições ideais de manancial de água, gostaria que todos de Coremas refletissem melhor sobre as condições da pesca. Bom momento se a gente tomasse decisões certas, talvez o projeto que eu estou tentando desenvolver aqui, seja uma das alavancas para poder motivar o processo produtivo social, tecnológico aqui no município de Coremas, isso que eu acho e ser vital. Momento ideal também pela mãe d’água pelo espaço que está aí enorme, eu pretendo o ano que vem, estarei na Espanha, olhando as propostas desse projeto para poder algumas das comunidades serem implantadas como projeto piloto de desenvolvimento social produtivo de inovação tecnológica.
Então acho conveniente da minha parte, como um ser humano cidadão do planeta água, a todos os seres humanos, que Coremas está abençoada, está com uma bacia lindíssima, agora mesmo eu dei uma andada, e a água está perfeita e pronta para receber as espécies.
Por favor, parem com o extrativismo, se conscientizem que precisava crescer novamente, tudo tem o seu tempo e para isso precisamos de uma educação ambiental equilibrada, sustentável, eu acho que caminhando por esse sentido, nós podemos trazer tudo quanto é de bom para toda essa área do nordeste, emprego, sustentabilidade, peixes, inovação tecnológica, qualidade de vida, enfim todos os elementos necessários. O que eu quero dizer e já me despedi, eu dou graças a Deus em estar em um lugar, onde existe um manancial, que eu tenho andado pela América latina, e Coremas me impressiona, sinceramente.
E espero que como várias pessoas também perguntam, se isso mesmo irá dar certo, e eu respondo que eu não espero que vai dá certo, isso tem que dá certo. O ser humano já chegou ao nível de tolerância, que não pode mais jogar seus recursos naturais para o lixo. Esse argumento já foi, agora o planeta precisa, o ser humano precisa, e nós temos que cuidar desse elemento tão precioso, que se chama água.FONTE: COREMAS-FMhttp://www.coremasnet.com.br/
ÁUDIO VÍDEO DA ENTREVISTA
PROJETO DE PISCICULTURA PARA O AÇUDE DE COREMAS...
PROJETO DE PISCICULTURA PARA O AÇUDE DE COREMAS...
PROJETO DE PISCICULTURA PARA O AÇUDE DE COREMAS...
TEMA:
Implantação de projetos na área da piscicultura em comunidades do açude Estevam Marinho
Entrevista cedida pela COREMAS FM
TEMA:
Implantação de projetos na área da piscicultura em comunidades do açude Estevam Marinho
Entrevista cedida pela COREMAS FM
Os entrevistados foram interrogados por radialista Daniel Maia.
Boa tarde, pessoal de Coremas, é um prazer estar aqui com vocês, é a segunda vez que eu venho aqui em Coremas, e o que me traz aqui é o interesse de desenvolver um projeto em parceria com o programa de doutorado ao qual eu faço parte e coordeno sobre a questão da inovação do processo produtivo no açude de Coremas que é a temática que eu estou tratando, principalmente – para a pesca.
Isso é o que me traz aqui, para ter uma visão de como anda a pesca no açude de Coremas. JUAN
Sobre a implantação de projetos na área da piscicultura em comunidades do açude Estevam Marinho?O nosso alvo de pesquisa no programa de doutorado em parceria com a universidade da Espanha e a UFPB do qual eu faço parte e sou representante da coordenação desse projeto. O nosso interesse é fazer um levantamento sócio-produtivo para termos uma avaliação dos indicadores de produção de pesca. Haja vista, que nos últimos cinco anos a comunidade Coremense tem apresentado uma queda nos seus padrões de produtividade do pescado, principalmente pela diversidade de peixes e alterações climáticas que tem passado.
Verifica-se que através das chuvas e das enchentes que aconteceram recentemente, o açude encontra-se num estágio otimizado e por outro lado, num estágio critico. Esse estágio crítico refere-se principalmente ao processo extrativista do pescado ou da diversidade de peixes que vem acontecendo nos últimos anos. Coremas, pelas informações que se tem obtido pela universidade, ela se caracterizou nos últimos cinco anos como uma fonte de referência na questão da produtividade desse produto, e hoje vemos que ela tem caído na sua capacidade de produção de pescado. Então, esse é um problema que reflete em função de diversas variáveis que achamos convenientes retomá-las para podermos dar um suporte tecnológico e organizacional, a essas comunidades para poder trazer um desenvolvimento sustentável à comunidade de Coremas e proporcionar-lhe um estágio produtivo ideal.
Esse trabalho já está sendo feito, ou o senhor veio fazer um levantamento, um estudo, pra implantá-lo aqui?
Como todo trabalho é necessário primeiramente fazer um diagnóstico, um levantamento como qualquer outro projeto. A minha permanência aqui em Coremas é justamente para fazer esse levantamento através de visitas às comunidades e verificar em locus qual é a verdadeira situação em que elas se encontram. Desde ontem que eu estou aqui em Coremas e certamente estarei esse final de semana, em novembro estaremos de volta com mais tempo para fazer uma avaliação mais criteriosa, para saber como anda a questão do pescado e a questão da organização social produtiva desde produto.
Já visitou outras comunidades em Coremas?
Sim. Ontem e hoje visitamos algumas comunidades, ontem demos uma volta pelo açude e também falamos com algumas pessoas de outras comunidades. Em suma, eles nos manifestam que estão passando por um período critico, principalmente o alto índice de extrativismo do pescado e que seu sindicato não está mais como outrora. É previsível que as condições de pesca possa entrar em colapso, não tendo o produto em quantidade desejada, e isto provocaria uma crise séria no produto peixe ou pescado aqui no açude de Coremas.
Pelo que o senhor viu e presenciou, há de ter muito trabalho aqui na cidade de Coremas?
Inicialmente como todo processo de levantamento e informações, sim. Eu acho o que essa nova performance que não só Coremas está vivendo, mas o planeta todo da função de recursos naturais e águas. È necessário que a comunidade repense agora num critério muito mais amadurecido no que significa esse recurso natural, como mantê-lo. Há três meses atrás eu fui convidado para participar na Espanha da Conferência Internacional sobre as águas e recursos naturais. Os indicadores informam que provavelmente daqui a vinte anos os recursos naturais, mananciais, a exemplo de Coremas, se não forem hoje tratados com políticas de monitoramento os seus recursos poderão entrar em colapso. Alguns fatores propiciam toda essa condição: o extrativismo, a falta de informação, a desestrutura e a falta de políticas ambientais que deveriam ser exercidas, mas no entanto, não se cumprem. Então, digamos, Coremas não é um problema isolado, Coremas devido o volume de água é um problema normal, e isto tem que passar pela consciência de todas as comunidades, de todos os povos, que o açude de Coremas não só atende os coremenses, mas também tem toda uma rede de ligação com todo Estado da Paraíba, por isso coloca Coremas em um estágio mais crítico.Numa média de tempo, começando o trabalho hoje, enquanto tempo nós teremos a possibilidade de voltar a ter a pesca como um fator econômico forte?
Indicadores mostram que há dez ou quinze anos atrás Coremas teve indicadores de pesca significativo, em torno de 20 a 40 mil toneladas de peixe, e hoje está imprevisível, isto é um indicativo seriíssimo. Quanto tempo demoraria esse projeto para estabelecer esta condição, eu acho que vai depender primeiramente da reestruturação social produtiva das comunidades e das políticas de gestão que poderão ser retomadas dentro do fator do pescado.
Só que há um fator também muito importante em tudo isso, que é a questão da inovação tecnológica, e também dos novos procedimentos de produtividade e manutenção das espécies, temos que trazer as comunidades para que reflita que as espécies, não são elementos dissociados do ser humano, que nós e os peixes somos uma coisa só e que precisamos estar em conjunto, e isto requer uma conscientização mais amadurecida para que possamos ter equilíbrio e pelo que eu tenho observado agora, estamos em um período ideal, o açude está com muita água, a água está em condições boas, não vi indicadores de toxidez ou poluição elevada, mas em contrapartida está com um baixo indicador de espécies, e se não prestarmos atenção algumas delas poderão entrar em extinção.
Qual o Papel exato da comunidade nesse processo.
Como todo elemento vital social produtivo as comunidades precisam retomar, na minha opinião, este papel através de informações, principalmente. Informações que serão socializadas, tanto do ponto de vista social, político, econômico, tecnológico. E que essas comunidades não fiquem isoladas, ela têm que partir para uma interação comunitária, participativa, compartilhada.
Então é meu trabalho fazer um diagnóstico desse fator, como uma ponte de alavancagem que somente comunidades que podem se socializar ou compartilhar esta estratégia de trabalho, podem resgatar os indicadores que outrora o açude tinha. Sabemos que colocarmos as comunidades isoladas sem ter um processo produtivo, elas tenderão a declinar paulatinamente.
Primeiramente porque se sentirão só, segundo porque não tem a informação, terceiro porque perderão o credibilidade, então o meu trabalho é justamente buscar as comunidades que tem interesse nesse assunto, e também introduzir os fatores de inovação. Quando eu falo de inovação não precisa trazer máquinas e equipamentos, a inovação se dá através da do processo de educação, tecnologias básicas, elementares, para poder passar por um estágio mais avançado.
Então na medida em que as comunidades possam ter acesso à informações, estrategicamente diagnosticadas que precisem de uma intervenção, certamente se elas atingem um patamar imediatamente passaram para o segundo e depois para o terceiro, e assim as comunidades poderão dizer que tem um nível de amadurecimento para poder trabalhar sustentavelmente com as espécies que se encontram no açude. Acho que minha tarefa é justamente conduzir essas comunidades, só que não é fácil, porque temos referências que essas comunidades já passaram por diversos problemas de gestão e também descrédito por parte dos seus gestores, programas que nunca funcionaram, recursos que tomaram outros destinos. E a comunidade ficou a Deus dará. A credibilidade no momento não é fácil, só com ações que a própria comunidade poderá partir passo a passo para retomar o fator produtivo.
O fator financeiro, essa inovação custa muito dinheiro?
Como toda inovação é necessário colocar os seus recursos financeiros, ele teria mais credibilidade na medida em que a educação ou a conscientização se consolide, e passa a demonstrar que é passivo, e que as comunidades estão amadurecidas para um nono passo. Então os programas de treinamento, programas de gestão, e avaliações continuadas, certamente serão feitos. E logo após, se pensará sobre as expectativas, ou que medidas os recursos poderão ser introduzidos paulatinamente. Esses recursos vão desde a construção das barcas, que agente observou, por exemplo, o tipo de barca que são usadas, os períodos que eles saem, o tempo que gastam, o tipo de motor, gastos com gasolinas, óleo diesel, e outros tipos de produtos e serviços que eles mesmos fazem. Isso tem que tomar uma medida de ação que racionalize o perfil da atividade pesca.
Além disso, se cria também uma cultura que sabe trabalhar bem, determinado assunto. Se é para transporte de bode, gado, é uma cultura que trabalhe só para isso. Se é do tipo que vai trabalhar só com um tipo de pescado. Ou nós partimos para ter uma visão racional equiparada do que é, e quando é, acho que seria ideal. No entanto, hoje, todo mundo faz tudo, todo mundo se complica com tudo, e isso faz com que nossas ações não entre em uma linha de ação programada, para que haja um desenvolvimento. Nós deveremos notar que uma coisa é desenvolvimento e outro é crescimento. Nós observamos que Coremas tem tido um crescimento de barcos e comunidades, mas um baixo crescimento com o produto, e tendências cada vez menores. Este é um dos fatores que achamos ser passivo de ser entendido, pela forma de organização e pela forma da inovação e também pela carência de recursos para poderem agir, saudavelmente, equiparado e ativamente o cultivo da atividade que está realizando.
Participação do Especialista Em Recursos Hídricos
Pedro Severino de Sousa.
Boa tarde. É uma grande satisfação falar nessa rádio FM 87.9. Estou francamente alegre, por essa oportunidade de vir esplanar o nosso projeto, conjuntamente com o amigo Professor Juan, sobre a piscicultura, que faz parte da sua tese de doutorado na Espanha e trazemos esse projeto elaborado aqui em Coremas, juntamente com as comunidades envolvidas na pesca a gente aqui executá-lo para retomar a nossa produção perdida, que até a década de 80 a produção de pescado em Coremas era maior que a do litoral da Paraíba, e por conta da pesca predatória estamos quase zerando a produção de pescado, e vai gerar desemprego nas comunidades e sem dúvida, um caos social.
Quero complementar dizendo o seguinte, esse projeto de piscicultura para Coremas é um projeto virtuoso, que vai além do projeto da produção de peixe, vai surgir outros projetos, como irrigação, turismo, porque Coremas tem uma potencial enorme em todas as áreas. Eu sempre digo, Coremas é uma cidade maravilhosa no sertão da Paraíba, mais as autoridades coremenses nunca viram isso. Eu sempre sonhei em Coremas, um dia ser uma redenção aqui no nordeste paraibano, porque tem potencial, temos água e energia, porque a gente sertaneja espera que chova, para plantar e a maioria das vezes a gente tem água e energia para plantar, e não se planta, não tem um projeto de irrigação falta realmente suporte do Estado, para justamente fazer uma educação de assistência técnica, e continuar apoiando, para a gente sair e deixar uns trocinhos, porque isso causa o êxodo rural dos jovens para São Paulo, sem nenhuma profissionalização, vai pra lá, só se marginalizar e cria um caos social em São Paulo e Rio de Janeiro, então queremos fixar o homem do campo no campo lidando com o seu trabalho.
Dentro do projeto do Dr. Juan Cortez, qual é a sua função nele?
Eu já conhecia o professor Juan, na conferencia da Terra há uns três meses, no auditório da reitoria da UFPB, ele foi conferencista e conheci-o na conferência, e distribui um cartão meu, pois eu sou escritor, tenho um blog, então você pode pesquisar no google “blog www.pedroseverinoonline.blogspot.com.
Você pode pesquisar no link que é direcionado a pesquisar Terra, planeta água. Uma satisfação imensa é saber que Você, Daniel é filho de Marcelino Calassa, casado com Dona Jurandí Maciel, e seu pai foi um grande amigo meu, a gente foi colega de Ginásio, estudamos de 1971 a 1974, seu pai era maravilhoso, uma pessoa que tem uma visão de justiça social, um cara realmente admirável, pelo seu jeito você tem seguido o exemplo do seu pai.
Esclarecimentos de Professor Juan
Queria agradecer a você Daniel e a Marcos pela gentileza, de me trazer para cá e fazer algumas observações muito importante. A primeira é que o açude devido agora esses últimos meses, está nas condições ideais de manancial de água, gostaria que todos de Coremas refletissem melhor sobre as condições da pesca. Bom momento se a gente tomasse decisões certas, talvez o projeto que eu estou tentando desenvolver aqui, seja uma das alavancas para poder motivar o processo produtivo social, tecnológico aqui no município de Coremas, isso que eu acho e ser vital. Momento ideal também pela mãe d’água pelo espaço que está aí enorme, eu pretendo o ano que vem, estarei na Espanha, olhando as propostas desse projeto para poder algumas das comunidades serem implantadas como projeto piloto de desenvolvimento social produtivo de inovação tecnológica.
Então acho conveniente da minha parte, como um ser humano cidadão do planeta água, a todos os seres humanos, que Coremas está abençoada, está com uma bacia lindíssima, agora mesmo eu dei uma andada, e a água está perfeita e pronta para receber as espécies.
Por favor, parem com o extrativismo, se conscientizem que precisava crescer novamente, tudo tem o seu tempo e para isso precisamos de uma educação ambiental equilibrada, sustentável, eu acho que caminhando por esse sentido, nós podemos trazer tudo quanto é de bom para toda essa área do nordeste, emprego, sustentabilidade, peixes, inovação tecnológica, qualidade de vida, enfim todos os elementos necessários. O que eu quero dizer e já me despedi, eu dou graças a Deus em estar em um lugar, onde existe um manancial, que eu tenho andado pela América latina, e Coremas me impressiona, sinceramente.
E espero que como várias pessoas também perguntam, se isso mesmo irá dar certo, e eu respondo que eu não espero que vai dá certo, isso tem que dá certo. O ser humano já chegou ao nível de tolerância, que não pode mais jogar seus recursos naturais para o lixo. Esse argumento já foi, agora o planeta precisa, o ser humano precisa, e nós temos que cuidar desse elemento tão precioso, que se chama água.FONTE: COREMAS-FMhttp://www.coremasnet.com.br/
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